quarta-feira, 24 de junho de 2009

danço ao ritmo das explosões

eu estava aqui em alto divaganço
parecia que vinham aí trovões fortíssimos, e fui ver à janela

e estava fogo de artifício

depois fiquei a olhar tipo criancinha
e a sentir os ritmos das explosões

tipo ilustracção
final do ano tormenta...
os restícios da pólvora


continuo a ver estrelas cadentes
mesmo quando quase não há estrelas que se vejam

danças revoltas

suspiro deliro
suspiro magia

marés de cristal
cristais de fogo


eu vejo um bando de fénixes


um grupo a perder-se no horizonte

mil rastos de fogo

estranhas miragens
sólidas como ermos


mais afinados
depois de dedilhar as profundas águas


se aceitarmos a dança da espuma
das ondas gigantes que surgem na noite
o vôo através do tempo é infinito



como árvores quebradiças
aos murmúrios do desalento
mas o céu sempre responde.
e as nuvens nunca se apagam
porque o rio nunca cessa com a força da nascente.


erguendo esculturas no sopro da corrente
numa prateada ondulação ascendente


o anti climax da história
e a dança de Kali sempre regressa


sim, mas nunca é igual


ondas gigantes e espumosas e cristalinas


continuando o vôo
lançando fogo


porque o turbilhão do meu choro
é na essência uma explosão de pétalas.
todos queremos o mesmo, estamos é a forçar demais o chegar lá. a fazer força demais.
tenho tempo para parir.

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