quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Eis Ixchel

Sonhando o destino como quem dança
No reino das sombras só sabes da ausência da luz original que és
No cristal das palavas talho o corpo destes poemas
onde morro e ressuscito.
Nada corre como planeamos, mas
Há uma ordem secreta para todos os imprevistos.
Estendo a mão aos milages
E deixo que os séculos nos acariciem,
onde o teu perfil é minha paisagem,
e um oboé canta o teu despertar
Chegou o momento que tudo te convida,
então abandona-Te.
Se tiveres sede, lambe as lágrimas dos sonhos
se tiveres saudades, bebe a tua sede.
Vai fluir, vai florir.
Neste universo paralelo que criei
A dimensão desta minha alucinação
Onde o Futuro que fantasio ilumina o céu
e somos personagens de ficção
e depois?
Depois somos também um diário das viagens
que ainda não fizémos
mas que podemos fazer.
Quando o Princípio não for Precipício.
de Horizonte a Acidente.
O tempo é lento
e as circunstâncias da vida
atiram os sonhos para fora do nosso alcance
Cedo demais para a Morte
Tarde demais para a Vontade
O tempo é rápido
e as circunstâncias da vida
levam para longe o aqui tão perto
minha impossível explosão.
Tu já não és tu
Já és um mito.
Mas nesta dimensão há cor, há som, há cheiro, há sensações e há sabor
Deita-te na poeira
com teus olhos de outono
pois és paisagem passageira
que partes como uma árvore.
Onde o ínfimo meticuloso dos nossos gestos
se constrói no espaço entre as nossas mãos.
A tela é palco. A vida é drama. O sonho é Arte.
e o Tempo
imobilizado
a tua Beleza faz parte da Mitologia
não se pode nomear
o que é grande no último recanto do coração do Ser.
Intoxicas-me
És um pilar em chamas
as chamas são os teus cabelos de lava ascendente
com teus gestos suaves de poder afastas todos os demónios
e os fantasmas
contracenas contrastante com os ritmos frenéticos das tempestades que te rodeiam
No Cenário da Transformação
danças enquanto pintas e pintas enquanto danças.
os fantasmas celebram com os anjos
é assim que se sonha.
nos trilhos que metiam medo
onde nas noites mais escuras se revelavam as flores mais belas
Eu já te amava
na música do granizo
e nos reflexos na água que já emitiam sons
de plumas que caiam do céu.

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