recebe a confusão
e entrando na bruma
torna-se embarcação,
há um caminho celeste
através da erupção,
e no éter
o corpo voa na escuridão.
o eu superior em observação
na luz ténue que leva à lua, a direcção
uma ponte subtil eleva-se do chão
e uma tulipa é beijada por um escorpião
cantando a sua canção
escutando a voz do futuro
e a sua transmissão
tentando discernir entre a verdade e a ilusão
porque já sabia tudo o que iria acontecer
já tudo tinha acontecido
foi escrito por si.
as páginas são vento, chuva, sol e magma,
lançadas como pétalas são explosão.
o suspiro é uma pomba com asas de sal
o ser lança-se à tempestade
para poder nascer
e ela crava em si
os espinhos que o fazem crescer
e há um reflexo sem forma que se forma
que so se consegue ver, claro,
quando é claro o olhar que o olha.